Sabor Tonel
É um Projeto da Roda de Ideias Eventos que visa protagonizar Cachaças armazenadas e/ou envelhecidas em toneis de madeiras brasileiras, em especial as mais raras, como: angico, amarelo cetim, araribá, ipê, pau pereira, tapinuã, entre outras.
As ações são por meio de eventos culturais, especialmente festivais e agroturismo, e fornecimento de Carta de Cachaças Personalizadas aos “Bares que Pensam”. Nesse contexto, busca se uma conectividade mais essencial e espirituosa entre os cenários de plantios das mini florestas artesanais e de produção de cachaças, no meio rural, e os cenários de consumo das mesmas, no meio urbano.
Por meio desse projeto busca se também conhecer a essência das conectividades envolvendo a botânica, a dendrologia e os sabores das cachaças de alambique, por meio da “Certificação Botânica” dos tonéis e/ou dornas”. Na maioria das vezes, o produtor sabe o gênero da árvore que deu origem ao tonel que utiliza, mas não sabe a espécie. Por exemplo, sabe que é Amburana, mas não sabe se é a cearensis, do bioma Cerrado e Caatinga, ou se é a acreana, do bioma amazônico.
Essa classificação no mundo da Cachaça é parametrizada apenas pelos nomes populares, o que varia muito de região para região. Isso, aliado ao fato de que a nossa biodiversidade é riquíssima em espécies, mesmo se tratando de um mesmo gênero, proporciona um cenário onde de fato não se conhece exatamente a madeira que deu origem aquele tonel. É algo que hoje pouca importa, tanto para o consumidor quanto para o produtor. Mas, acredita-se que, por razões ambientais e de evolução do mercado de destilados, no futuro fará significativa diferença para ambos.
Nesse contexto, vale destacar que a Cachaça, além de ser a mais genuína bebida brasileira, é o único destilado do mundo que tem também diversidade sensorial à luz da biodiversidade de seu território. Ao passo que os principais destilados do mundo (uísque, tequila, run, …) são armazenados ou envelhecidos apenas em tonéis Carvalho (Querqus sessile e Querqus alba); a Cachaça, além do Carvalho, é armazenada ou envelhecida também em tonéis de dezenas de espécies de madeiras, tais como: Amburana cearensis, Amburana acreana, Amarelo Cetim, Amendoim, Angico, Araribá, Bálsamo, Canela Sassafrás, Castanheira, Cedro, Jatobá, Jequitibá, Freijó, Grápia, Ipê, Jacarandá, Jatobá, Louro Canela, Pau Brasil, Pau Pereira, Peroba, Tapinhoã e Vinhático.