Minas 2050 e a Cachaça de Alambique.

No dia 28/04/2020, terça-feira de o ex-presidente da Fapemig e agora presidente do CNPQ, Evaldo Ferreira Vilela participou uma conferência virtual com representantes da Fumsoft, da Susesu, do Projeto Minas 2050 e da sociedade.

A proposta era discutir caminhos tecnológicos que possam proporcionar a Minas um salto competitivo em economia, qualidade de vida, qualidade ambiental, valores culturais e inclusão social. Isso num contexto que vemos os índices de vários pilares estruturais do Estado despencarem, considerando uma matriz econômica “comoditizada” e segmentada na siderurgia e na mineração, setores com tendências de um futuro pouco promissor e com pouco espaço para se reinventarem no cenário mineiro. https://www.fumsoft.org.br/minas2050/

Vilela defendeu que o mais importante e decisivo para começar é fazer um bom planejamento. E para se ter um bom planejamento é fundamental que se saiba o norte, para onde se quer ir, saber qual é o propósito. Para fundamentar a sua visão, ele citou e discorreu sobre os exemplos de Bilbao, na Espanha e Coréia do Sul. Assim, concluímos que o primeiro passo é conhecer o sonho coletivo dos mineiros. Qual é o imaginário dos mineiros para Minas em 2050? Qual cenário socioeconômico e ambiental querem os mineiros em 2050, para si e/ou para seus descendentes? Para responder essa questão o Projeto Minas 2050 está elaborando o “Mapa dos Sonhos”, por meio de consultas a várias cabeças pensantes e atuantes no Estado.

Vilela ainda mencionou dois fatores que ele avalia como decisivos nesse contexto: primeiro, a colaboração e cooperação que resulte em trabalhos e esforços conjuntos. É preciso conectividades. E nesse aspecto ele criticou a existência do modus operandi muito comum de “tentar destruir a ideia do outro para se prosperar”. Ele defende que precisamos criar conexões e estabelecer sinapses ativas envolvendo o poder público, a inciativa privada e instituições de pesquisas. Destacou que Minas tem 14 universidade públicas, a Fiocruz e a PUC, entre outras.

O outro fator decisivo destacado por ele é a mobilização do poder público, que se move melhor quando se tem a orientação de um marco legal, ou seja, uma Lei determinando o propósito de médio e longo prazo. Que Minas queremos ver em 2050?

O sonho de Minas para 2050 pode ser setorial, quando falamos da Matriz Econômica. Como queremos ver, por exemplo, os setores da Mineração, Siderurgia e Agronegócio em 2050?

Eis um sonho para Minas em 2050: que a Cachaça Mineira de Alambique seja significativa na cultura e na economia mineira e brasileira assim como a vodka é para a Rússia, o uísque é para a Escócia, a Tekila é para o México, o Conhaque e o vinho são para a França, o run é para Cuba, e o saquê é para o Japão. A Cachaça de Alambique é, por Lei, patrimônio cultural e bebida oficial do Estado de Minas Gerais.

Já sabemos que a Cachaça de Alambique tem potencial sensorial e de qualidade para competir globalmente no mundo dos destilados. Aliás, em 1950 o jurista Sobral Pinto vaticinou: “Quando o Brasil tiver juízo e for uma potência, será a Cachaça a bebida do planeta, e não o uísque”.  Um sonho é responder a Sobral Pinto, que em 2050 Minas (e o Brasil) terá juízo. À luz das ideias do Prof. Evaldo Vilela, precisamos de um bom planejamento; de efetivas cooperações, conectividades e sinapses neurais; e um marco legal para melhor envolver o poder público.

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